Sábado, 9 de Maio de 2009

Vêm aí as eleições, época quase natalícia, de felicidade para a maior parte dos políticos que se mantiveram na "reserva" durante quatro anos, e de infelicidade para outros que também se mantiveram reservados mas no governo, o que até podem parecer funções muito diferentes mas no final, acaba toda a gente por fazer o mesmo, que é nada!

Desde pequeno que vejo filmes natalícios, onde uma música engraçada e uma árvore carregada de luzes e bolas pareciam dar um sorriso interminável e um "pack" de boas intenções a todas as pessoas (no filme), e tentava reconhecer tudo isso na vida real, não posso dizer que tenha tido o sucesso que esperava mas após tanto tempo, descobri que cometera dois erros na minha busca: primeiro, esperava os sintomas do espírito natalício no mês de Dezembro, e em segundo esperava ver o tal "espírito" todos os anos, o que se veio a revelar uma perfeita idiotice, primeiro porque eleições, no máximo em Novembro, e em segundo porque só as há de quatro em quatro anos, salvaguardando algumas excepções que são os chamados "erros da natureza" ou então e muito menos provável "erros do nosso Presidente da República".

É esta a verdadeira época santa, homens e mulheres, bem vestidos distribuindo sorrisos como se não houvesse amanhã, a solidariedade atingi o inimaginável, são oferecidas canetas, isqueiros e chapéus, abre-latas e mais uma quantidade incontável de utilidades que embora de baixíssima qualidade são de marca e têm slogans marcantes, normalmente as referidas pessoas de solidariedade inimaginável preferem as marcas "PS", PSD", "PCP", "BE", "PP" e outras que embora não tenham tanto renome também têm slogans engraçados. E tudo isto em troca do simples gesto, de desenhar uma cruz no boletim, a frente do nome da marca do abre-latas que lhe foi oferecido.

Depois, todos ganham com isto da santa época de eleições, desde os funcionários que passam o dia a colar cartazes pelas ruas das cidades e a levantar grandes painéis com propaganda ao seu partido ou simplesmente caricaturando José Sócrates, até aos funcionários que passam a noite a descolar e a deitar abaixo os cartazes dos opositores. E como não podia deixar de ser o comércio das carnes, charcutaria e o comércio do peixe, pois os "santos" das eleições também oferecem almoços com o único inconveniente das pessoas terem de  os ouvir a dizer o tão bem que faziam em votar no seu partido, e também porque Paulo Portas, há muitos anos que prometeu, durante esta época festiva passar uns serões nos mercados e charcutarias, aos beijos a senhoras de idade, tem uma clausula especial em relação ao Bolhão que é para ele um sitio de grande culto. E mais uma vez em troca de tanta bondade pedem apenas que façam uma forma geométrica simples num papel, tão boas que são estas pessoas.

Tudo isto era bem simples não fossem as várias utilidades de diferentes partidos que são oferecida, o que complica muito a escolha e é então que têm lugar os conflitos infantis de "quem é o melhor amigo de quem..." e os políticos então espalham posters gigantes pelas rotundas, estradas, edifícios, carros e etc.; tudo isto para vaiar o seu rival ou para os mais humildes, simplesmente para se gabarem da sua bondade, por falar em cartazes gigatnes, já tenho em alguns favoritos, e gosto especialmente de um cartaz que do BE, onde se lê "Porreiro para quem?", com uma fotografia de José Sócrates e Durão Barroso por trás, não é que ache que a mensagem tem um sentido realmente importante, mas sim porque slogans como este já não se ouvem desde o Tratado de Lisboa.

Estes últimos acontecimentos que eu referi e sempre sucedem podem até parecer estragar todo os espírito desta época mas nada é perfeito, vejam só o Natal, que é o famoso Natal e mesmo assim calha a practicamente na mesma semana do ano novo.

 

Por tudo isto, e porque a Ministra da Educação não permitiria mais um periodo de férias durante o ano, penso que festejar o Natal, cujo espírito está perdido, é coisa do passado, devemos sim festejar a época das eleições, que sempre trazem sorrisos, solidariedade, simpatia, e sim, também tráz às vezes, hipocrisia, cinismo, e segundas intenções.

 


sinto-me

publicado por FR às 22:10 | link do post | comentar

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